sábado, 11 de março de 2017

Volume Hídrico da Barragem da Pedra do Cavalo é o Menor dos Últimos 20 Anos; Redução Pode Causar Racionamento na Região Metropolitana de Salvador

A imagem pode conter: ponte, céu, atividades ao ar livre e água

No início da semana o volume de água armazenado na Barragem de Pedra do Cavalo, a maior do Estado e que responde por mais de 60% do abastecimento de água de Salvador e Região Metropolitana, tinha caído para 24,11%, o menor volume nos últimos 20 anos. Em um mês, quando estava com 27,85% do seu volume útil de armazenamento, a redução foi de 3,74%, o que equivale a uma perda de mais de seis milhões de litros de água, mais da metade do que Salvador consome num dia.

Na pior seca da região da Bacia do Rio Paraguaçu desde fevereiro de 2008, o lago da Barragem de Pedra do Cavalo estava com uma cota operacional de 111,44 metros na última sexta-feira, 12 metros abaixo do volume máximo de operação. Pedra do Cavalo libera diariamente para Salvador cerca de 6,8 metros cúbicos de água por segundo. O limite operacional considerado crítico para o abastecimento a partir de Pedra do Cavalo é de 106 metros, quando então o abastecimento da capital fica comprometido.

O Governo do Estado por enquanto não fala em racionamento, mas admite a gravidade da situação, e anunciou, através da Secretaria de Comunicação a implantação de mecanismos para garantir o abastecimento e evitar um colapso na Região Metropolitana de Salvador. Nas ações emergenciais, a Embasa fez a aquisição de uma bomba de reversão para aumentar o volume de captação das barragens que compõem o sistema integrado de abastecimento na RMS e fará campanhas de conscientização do consumo, fiscalização e combate ao desperdício.

O abastecimento de água na RMS é feito de forma interligada pelas barragens de Pedra do Cavalo (60%), Joanes I e II, Ipitanga I e II e Santa Helena. A barragem de Joanes I está com 57,91%, mas Joanes II tem apenas 2,60%. Já Ipitanga I e II têm, respectivamente, 26,33% e 29,32%, enquanto Santa Helena está com 15,57%. As barragens do Cobre e Pituaçu respondem por menos de 1% do abastecimento de água da capital.

Gravidade

Desde o mês passado que a Embasa determinou o racionamento de água em 13 municípios da região Centro Norte do Estado, entre Jacobina e Senhor do Bonfim. Por causa da falta de chuva, a escassez de chuvas no norte da Bahia tem causado uma diminuição acentuada nos níveis de água acumulada das barragens que abastecem os municípios das regiões de Jacobina e Senhor do Bonfim. Os reservatórios de Cachoeira Grande (Jacobina 41,82%), Pindobaçu (37,96%), Ponto Novo (15,51%) e Quicé (33,00%) em Senhor do Bonfim, estão em queda contínua no volume de água desde o início do ano.

O racionamento atingiu as cidades de Jacobina, Pindobaçu Antonio Gonçalves, Campo Formoso, Serrolândia, Várzea do Poço, Caldeirão Grande, Ponto Novo, Filadélfia, Itiúba, Jaguarari, Andorinha e Senhor do Bonfim. A empresa, através de sua Assessoria de Comunicação disse que está fazendo um levantamento dos municípios que deverão adotar o racionamento, por causa de algumas chuvas pontuais, principalmente no Oeste e Sul do Estado.

Além dos municípios do Centro Norte do estado, estão em situação de alerta os municípios de Seabra, Brotas de Macaúbas, Ibitiara, Novo Horizonte, Lajedinho, Bonito, Palmeiras, Tapiramutá, Morro do Chapéu, Gentio do Ouro, Várzea Nova, todos na Chapada Diamantina. No mês passado o Governo reuniu as secretarias de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) e de Desenvolvimento Rural, Desenbahia, Embasa, Companhia de Engenharia Rural da Bahia e Instituto do Meio Ambiente (Inema) para discutir a crise hídrica no Estado. Os órgãos deverão atuar em conjunto para acelerar a perfuração de poços.

Além das campanhas de conscientização do consumo na RMS, no interior o Governo, através da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) vem intensificando a perfuração de poços artesianos e tubulares para garantir o abastecimento de água. Em todo o Estado, conforme o último dado da Superintendência de Defesa Civil, aumentou para 90 o número de municípios que estão em situação de emergência, o que afeta diretamente a vida de 1,3 milhão de pessoas.

FORTE: Recôncavo Notícias

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