domingo, 3 de janeiro de 2016

Nova Ortografia Agora é Obrigatória



A partir desta sexta-feira, 01/01/2016, as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor desde 2009, passam a ser obrigatórias em todo o país. Ou seja, não dá mais para postergar a memorização das mudanças, cujos objetivos principais são facilitar a comunicação entre os oito países que assinaram o novo acordo e divulgar o idioma e a língua portuguesa pelo mundo.

Para te ajudar nessa tarefa, fizemos uma lista das principais mudanças no Português com o novo acordo - que, segundo o Ministério da Educação, correspondem a 0,8% dos vocábulos do idioma no Brasil.

O acordo

Assinado em 1990 com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas, o acordo foi ratificado pelo Brasil em 2008 e implementado sem obrigatoriedade em 2009. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após polêmicas e críticas da sociedade, o governo adiou a entrada em vigor para 1° de janeiro de 2016.

O Brasil é o terceiro dos oito países que assinaram o tratado a tornar obrigatórias as mudanças, que já estão em vigor em Portugal e Cabo Verde. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda não aplicam oficialmente as novas regras ortográficas.

Com a padronização da língua, a CPLP pretende facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países. De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal.

A grafia correta das palavras conforme as regras do acordo podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL) e por meio de aplicativo para smartphones e tablets, que pode ser baixado em dispositivos Android, pelo Google Play, e em dispositivos da Apple, pela App Store.

Confira o que muda:

Alfabeto

Hoje tem 23 letras, agora passa a ter 26. O k, w e y voltam ao alfabeto oficial, porque o acordo entende que é um contra-senso haver nomes próprios e abreviaturas com letras que não estavam no alfabeto oficial (caso de kg e km).

Além disso, são letras usadas pelo português para nomes indígenas (as línguas indígenas são ágrafas, mas os linguistas estudiosos desses idiomas assim convencionaram). Na prática: nenhuma palavra passa a ser escrita com essas letras - "quilo" não passa a ser "kilo" - por serem "pouco produtivas" ao português.

Somem da ortografia:

Trema

Os dois pontinhos usados sobre a vogal “u” foram para o espaço. Alguns vão sentir falta - afinal, dava um certo charme às palavras, não é mesmo? Dessa forma, agüentar, cinquënta e lingüiça, dentre outras palavras, tornam-se aguentar, cinquenta e linguiça. Exceção: nomes próprios, como Hübner.

Acento diferencial

Também desaparecem da escrita. Portanto, pelo (por meio de, ou preposição + artigo), pêlo (de cachorro, ou substantivo) e pélo (flexão do verbo pelar) passam a ser escritos da mesma maneira. Para (seja verbo ou preposição) agora é escrita sempre sem acento. O mesmo ocorre com pera. Exceções: para os verbos pôr e pode - do contrário, seria difícil identificar, pelo contexto, se a frase "o país pode alcançar um grande grau de progresso" está no presente ou no passado.

Acento circunflexo

Desaparece nas palavras terminadas em êem (terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo de crer, ver, dar...) e em oo (hiato). Caso de crêem, dêem, leem, vêem (Crê-dê-lê-vê), e dos substantivos voo e enjoo.

Acento agudo

1 - Nos ditongos abertos éi e ói, ele desaparece da ortografia. Desta forma, "assembléia" e "paranóia" passam a ser assembleia e paranoia. No caso de "apóio", o leitor deverá compreender o contexto em que se insere – em "Eu apoio o canditato Fulano", leia-se "eu apóio", enquanto "Tenho uma mesa de apoio em meu escritório" continua a ser escrito e lido da mesma forma. Bóia virou boia, colméia virou colmeia, idéia virou ideia, e assim por diante.
2 - Desaparecem no i e no u, após ditongos (união de duas vogais) em palavras com a penúltima sílaba tônica (que é pronunciada com mais força, a paroxítona). Caso de feiúra.

Uso do Hífen

Deixa de existir na língua em apenas dois casos:

1 - Quando o segundo elemento começar com s ou r. Estas devem ser duplicadas. Assim, contra-regra passa a ser contrarregra, contra-senso passa a ser contrassenso. Mas há uma exceção: se o prefixo termina em r, tudo fica como está, ou seja, aquela cola que era superresistente continua a resistir da mesma forma.

2 - Quando o primeiro elemento termina e o segundo começa com vogal. Ou seja, as rodovias deixam de ser auto-estradas para se tornarem autoestradas e aquela aula fora do ambiente da escola passa a ser uma atividade extraescolar e não mais extra-escolar. A mesma coisa para autoanálise, autoescola e autoimune.

Além disso, palavras compostas por elementos de conexão também perdem o hífen, com pé de cabra, dona de casa, dia a dia e mão de obra.

O mesmo vale para aquelas formadas por advérbio “não”, como não agressão e não fumante, e palavras derivadas com o prefixo “co”, como coirmão, cofundador e coprodução.
Em Portugal

Caem o "c" e o "p" mudos, como "óptimo" e "acto". Passam a ser grafadas como o Brasil já fazia. Palavras como "herva" e "húmido" também passam a ser escritas como aqui: erva e úmido.


FONTE: Gabarito Final

0 comentários:

Postar um comentário

Veja Também