segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Impeachment: Pelo Menos 21 Capitais Protestaram a Favor


Protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rouseff (PT) ocorreram em ao menos 21 capitais. A onda de manifestações é a primeira desde que o processo de impedimento da petista foi iniciado pela Câmara dos Deputados, no início do mês. Em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, a participação foi menor que no ato anterior, de 16 de agosto.

As manifestações ocorreram em Maceió, Manaus, Macapá, Salvador, Fortaleza, Brasília, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Belém, João Pessoa, Recife, 
Curitiba, Rio de Janeiro, Natal, Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo e Palmas, segundo informações de veículos de imprensa local e de participantes que se expressaram pelo Twitter.

Em Brasília (DF), de 5 mil a 6 mil pessoas reuniram-se em frente ao Congressso Nacional, segundo a Polícia Militar - a organização fala em 30 mil -, ante os 25 mil do ato de 16 de agosto. Os manifestantes realizaram um enterro simbólico do PT e carregavam bonecos infláveis do ex-presidente Lula vestido de presidiário e de Dilma com nariz de Pinóquio.

Protesto 'Não Vou Pagar o Pato' contra a presidente Dilma Rousseff em Curitiba, no Paraná

Em São Paulo, a concentração, na avenida Paulista, começou por volta das 11h, embora o protesto estivesse marcado para as 13h. Cartazes com os dizeres "Fora, Dilma" foram espalhados pela via. A Fiesp, presidida por Paulo Skaf - que se candidatou ao governo de São Paulo pelo PMDB - participou do ato para criticar a proposta da presidente de restabelecer a CPMF. 

"Abusaram da miseria do povo. Meus amigos, o Brasil nao pode permanecer nas mãos do PT", discursou o jurista Hélio Bicudo, ex-integrante do partido e um dos responsáveis pelo pedido de impeachment. "Dilma, você é a vergonha do Brasil."

O líder do movimento Vem Pra Rua, Rogério Chequer, convocou uma nova manifestação para 13 de março. O intervalo de três meses, segundo o grupo, ocorrerá por conta do recesso parlamentar ou, caso ele não ocorra, para "dar aos parlamentares 90 dias para pensar."

Chequer estima que 100 mil pessoas tenham participado da manifestação na Paulista neste domingo. O número representa 10% do 1 milhão que ocuparam a avenida na última manifestação, de 16 de agosto, segundo estimativa do Movimento Brasil Livre, parceiro do Vem Pra Rua nos protestos.

O ativista minimizou o fato de a primeira manifestação após o início do processo do impeachment aparentemente ter sido menor.

"Nao faço relação entre o numero de pessoas antes ou depois da abertura do processo. Tivemos um grande numero de pessoas, apesar de termos divulgado a manifestaçao 9 dias antes. Com mais de 100 mil pessoas, o balanço é positivo", disse.

Os senadores tucanos José Serra e Aloisio Nunes, candidato a vice-presidente na encabeçada por Aécio Neves na eleição de 2014, participaram do ato. "Não vai ter golpe, vai ter impeachment. Esse governo nem deveria ter começado. Ela [Dilma] mentiu o diabo pra vencer a eleição. Acabou com a economia", disse Nunes.

Em Minas Gerais, os protestos ocorreram em Uberlândia e em Belo Horizonte. Na capital, a PM calcula que cerca de 5 mil se reuniram na Praça da Liberdade, segundo a imprensa local, menos que os 6 mil de 16 de agosto. Um homem teve de ser retirado da manifestação pela polícia depois de tentar furar um boneco do presidente Lula vestido de presidiário. Uma mulher com uma camiseta escrita "Xô, Golpe" também foi escoltada para não ser agredida. 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que em agosto havia feito um discurso em palanque, não participou, mas manifestou apoio aos participantes por Facebook e Twitter.

"As manifestações deste domingo, mesmo com poucos dias para mobilização, mostraram que permanece vivo em grande parte da sociedade o sentimento de indignação e rejeição a esse governo. Repetindo o que disse hoje o senador Aloysio Nunes, não vai ter golpe, vai ter é impeachment", disse o senador.

No Rio de Janeiro, os protestos tiveram como alvo Dilma, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP) e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Polícia Militar não divulga estimativas.

Em Belém, o ato a favor do impeachment acabou atraindo um grupo pró-governo. Houve um princípio de confusão, sem maiores consequências. 

Organizados principalmente pelos grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, dois dos responsáveis por protocolar o pedido de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados, os atos estavam previstos para ocorrer em todas as capitais brasileiras, com início marcado para entre 10h e 13h. Brasileiros que moram em Porto e Lisboa, em Portugal, também prometeram se juntar ao movimento. 

Petistas lembram AI-5

A coincidência com a data de edição do Ato Institucional 5 (AI-5), baixado pela ditadura militar em 13 de dezembro de 1964, foi usado pelo presidente do PT, Rui Falcão, e pelo secretário municipal de saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, para criticar as manifestações. 

"13/Dez/68 edição do AI5.Vou exorcizar os fantasmas da ditadura e golpes na Galinhada dos petistas da ZNorte. Lá ñ vai nem coxa desfiada", escreveu Padilha.


FONTE: Último Segundo Ig

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