terça-feira, 8 de março de 2016

Mãe de Rian Brito Culpa Seita de Leona Cavali Por Morte do Filho: ‘Ela Ouvia as Vozes do Chá’


A mãe de Rian Brito, neto de Chico Anysio que foi encontrado morto na praia de Quissamã, município do norte fluminense, resolveu falar sobre o mistério envolvendo o sumiço e morte de seu filho. Um dia após cremar o corpo de Rian, Brita Brazil enviou uma carta ao jornal Extra, na qual a atriz e cantora relata detalhes da seita ‘Porta do Sol’, fundada no Rio de Janeiro pela atriz Leona Cavalli e que contava com a participação do jovem.

"... Com o convite de um grande amigo de infância, foram ao tal chá, e Rian começou a ficar sério, diferente, largou a música, coisa que fazia umas 13 horas por dia, perdeu o humor, e começou a ficar numa desenfreada mania de jejum e meditação. Sua aparência mudou totalmente. Seu jeito também. Ficou muito mais introspectivo. (...). O total foram 1 ano e 4 meses do mais profundo inferno que o Rian viveu. Ele perdeu sentido de tempo, grana, de absolutamente tudo", conta ela, se referindo ao chá de Ayhuasca – conhecido como Santo Daime – erva alucinógena de origem indígena que os integrantes da seita costumavam tomar.

Brita explicou que o filho frequentava os encontros da Porta do Sol havia um ano e quatro meses e que ele participou de quatro rituais. Ela afirma também que, desde que passou a frequentar as reuniões, Rian passou a "ouvir vozes do chá" e "procurar lugares bonitos para se isolar e meditar por dias", mas que sempre acabava voltando para casa. Preocupada com o filho, a nora de Chico Anysio afirma que foi a sede da “Porta do Sol” com o músico e que tomou o chá com o rapaz, para tentar entender seu jejum e o que se passava com ele.


"...Para participar tem que pagar R$ 120, tomar o chá e ficar com os olhos fechados pra entrar em alfa. Na entrada, você dá o seu nome e assina um termo que diz que se você tomar tais remédios de psiquiatria, não pode fazer uso do chá, mas só neste caso. Como eu e Rian nunca tivemos, graças a Deus, nada a ver com psiquiatria, assinamos. Era a quarta vez dele, e a primeira (e última) minha. Mas como mãe, sabendo que íamos entrar em alfa, fiz o contrario, não fechei os olhos e dominei minha mente, para não deixar a lucidez, pois havia ido lá apenas pra saber porque meu filho estava num estado estranho e não comia praticamente nada. No meio da experiência de quatro ou cinco horas, você ingere primeiro um copo e durante a sessão mais duas doses pequenas que ficam te oferecendo mesmo que você esteja pra lá de Marrakesh. O Rian mal conseguia andar, e não falava coisa com coisa", desabafou ela.

Ainda no texto, Brita diz que seu objetivo em relatar a experiência é alertar aqueles que fazem parte de tais encontros e que não tem pretensão de processar ou culpar Leona Cavalli pelo ocorrido com Rian. "O que queria fazer, repetindo seu nome e te convidando para a primeira fila do crematório do meu filho [quando o fez em seu Facebook após a confirmação da morte do rapaz], era pra que vc tomasse consciência do estrago que o chá de Ayhuasca pode gerar a uma família. Era pra você sentir por uma hora na pele, o que sentirei para toda curta vida que me resta. E, principalmente, que parasse não só você, como todas as Igrejas do Brasil, a fornecer esta química para as pessoas. Muitas pessoas podem ser alérgicas, incompatíveis quimicamente e disparar algo terrível em suas mentes pro resto de suas vidas...”, opina Brita.

A atriz acredita, no entanto, que a razão do filho ter escolhido uma praia em Quissamã para meditar em nada teve a ver com a seita. “As fugas eram assim: o máximo que ele ia era Arraial do Cabo. A voz que do chá que falava com ele. Tenho a impressão que ele escolheu um lugar perto, uma praia deserta no Rio de Janeiro para meditar e se isolar. Quissamã é um lugar superatraente”, especula.


Procurada pelo Extra, Leona Cavalli considerou a situação absurda e disse tentar ponderar o lado mãe de Brita. “Eu não posso entrar nessa questão agora, ele foi cremado ontem... De toda maneira, eu só posso te dizer que esse é um sacramento regularizado no Brasil e inscrito no Congresso Nacional Antidrogas. Isso que ela está falando, ela está falando por uma visão dela. Eu sinto muito realmente, fico muito tocada com a dor dela. Preferia não ter que fazer isso. Mas, infelizmente, chegou num ponto absurdo, e eu vou ter que tomar medidas jurídicas e criminais. Vou ter que processar”, afirmou. 

Na última segunda-feira (7), a página do Portal do Sol foi retirada do ar sem justificativa e o nome de Leona constava como dirigente-fundadora na descrição da seita. “A página está com problema, ela está entrando e caindo. Também soube que a página dela (da Brita) no Facebook também saiu do ar. Não temos nada a ver com isso. E a página da Porta do Sol, eu já liguei para o web design, e amanhã (terça-feira) já vai estar no ar novamente”, concluiu Leona.

FONTE: Bahia Notícias

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