Ônibus onde o aposentado José Carlos foi morto após reagir a assalto na quinta-feira (2), em Ondina Foto: Reprodução |
Nos cinco primeiros meses de 2016, Salvador registrou uma média de seis assaltos a coletivos por dia. Os dados são do setor de Estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA) e apontam que, até esta quinta-feira (2), a capital acumulou 865 ocorrências do tipo.
Embora seja o segundo tipo de crime mais comum na capital, atrás somente do roubo de veículos, o roubos a coletivos vêm sofrendo queda de fevereiro para cá. Foram 198 casos em janeiro, 205 em fevereiro, 189 em março, 107 em abril e 157 em maio.
De acordo com a assessora técnica do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Ângela Levita, no entanto, os números reunidos pelo sindicato têm mostrado uma tendência de crescimento, embora não tão significativa.
"O maior prejuízo não é financeiro, mas sim a quantidade de assaltos que acontecem no dia a dia e a vulnerabilidade que está havendo no sistema de transporte e que não é só 'privilégio' de Salvador, mas do país todo. É lamentável", diz.
Nos meses de abril e maio, foi a BR-324 o local a acumular o maior número de assaltos. Em abril, foram 15 ocorrências, incluindo os trechos da Brasilgás e Jaqueira do Carneiro. Já no mês de maio, a BR-324 registrou 13 roubos a coletivos, também incluindo estes dois trechos. Nos dois primeiro dias de junho, houve roubos no Ogunjá, Avenida Centenário, São Cristóvão, Ondina, Santo Inácio, Avenida Garibaldi e Avenida Paralela.
Em janeiro e fevereiro, foi a Área Integrada de Segurança Pública 11 (AISP) de Tancredo Neves, que compreende os bairros de Novo Horizonte, Nova Sussurana, Sussuarana, Granjas Rurais Presidente Vargas, Calabetão, Jardim Santo Inácio Mata Escura, Centro Administrativo da Bahia (CAB), Arraial do Retiro, Estrada das Barreiras, Engomadeira, Beiru/Tancredo Neves, Arenoso, Cabula VI, Cabula, Pernambués, São Gonçalo, Resgate, Saramandaia, Narandiba, Saboeiro e Doron, que registrou o maior número de ocorrências - 34 em janeiro e 35 em fevereiro.
Já no mês de março, a AISP 3 (Bonfim), formada pelos bairros do Comércio, Ribeira, Massaranduba, Santa Luzia, Bonfim, Mangueira, Calçada, Mares, Roma, Boa Viagem, Uruguai, Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro, Caminho de Areia e Mont Serrat, liderou os números. Foram 23 assaltos.
Somente nos meses de abril e maio, os assaltantes levaram um montante de R$ 29.269 dos ônibus, levando em consideração apenas o dinheiro levado do caixa do ônibus e registrado nas ocorrências.
Para Ângela Levita, o que os assaltantes levam dos caixas dos ônibus é o mínimo, já que boa parte das passagens são cobradas eletronicamente e os ônibus contam com cofre boca de leão. "Ou seja, o que os cobradores têm em mãos são trocados. É uma proteção que adotamos com a experiência de muitos anos. Mas realmente, o maior prejuízo é o estresse, tanto para os nossos operadores quando para os usuários. Eles é que têm o maior problema, porque normalmente eles roubam celulares, carteira", aponta.
Ondina
Nos dois primeiros dias de junho, o bairro de Ondina, na orla da capital, registrou dois assaltos a coletivos, um para cada dia. E o segundo assalto terminou com um passageiro morto. O aposentado José Carlos Cardoso da Silva, 62 anos, reagiu, levou um tiro nas costas e morreu no local.
O assalto aconteceu por volta das 15h30, na Avenida Oceânica, dentro de um ônibus que fazia a linha Vila Ruy Barbosa-Vale das Pedrinhas. Os três assaltantes, dois homens e uma mulher, entraram normalmente no ônibus no ponto do Colégio Isba e pagaram a passagem, mas anunciaram o assalto um ponto depois.
O aposentado reagiu, entrou em luta corporal com um dos assaltantes e levou um tiro nas costas de outro, o único que estava armado com um revólver calibre 38. Após o disparo, o trio fugiu e entrou em um carro preto que aguardava um pouco mais à frente. O corpo do aposentado será enterrado às 16h desta sexta-feira (3), no Cemitério do Campo Santo.
FONTE: Correio*
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